Ainda mais, porque há coisas de maior relevância em relação ao episódio. O facto de este fim só acontecer daqui a mais de um ano, em Dezembro de 2010, vai permitir aos homens da Noruega embolsarem mais dinheiro na badalada tour final - à maneira dos Delfins, que anunciaram o fim um ano e meio antes...
Nada disso retira mérito aos tipos (refiro-me, obviamente, aos A-HA). Eu, fã confesso da voz do Morten Harket , das composições do Paul Waaktaar-Savoy e até dos arranjos pianescos do Magne Furuholmen, vi nesta notícia uma oportunidade para fazer algo que há muito queria fazer no blog: falar de músicas dos 80s marcantes. Estava a pensar começar a fazê-lo pelos Duran Duran, mas vou esperar até que estes acabem (esperando que o fim não se prolongue por 2 anos, como parece ser moda nos dias de hoje...).
Os A-HA tem o condão de fazer algo que poucas bandas me fazem: utilizar a mesma frase para exprimir duas ideias completamente opostas durante a audição de um álbum. Oiçam o último, «Foot of the Mountain»: se gostarem, como eu, da primeira música, pensarão: «Como é que eles fazem isto?». E depois ouvem a segunda faixa e pensam: «Como é que eles fazem isto?!?!». Mas no sentido oposto.
É verdade (já dizia a Tina...): Não há um único álbum bom, do princípio ao fim, dos A-HA (o «Scroundrel Days» é, para mim, o quase totalista de músicas boas... mas mesmo assim....). A coisa parece correr bem em algumas músicas, mas depois há sempre uma (ou duas, ou três... quando não é o álbum quase todo, como no caso do «Memorial Beach») que estraga tudo. Paradoxalmente, este é o traço que mais me faz admirar a banda: a capacidade de correr riscos. Basta ouvir os arranjos das músicas com atenção: em muitos casos, as canções correm em trapézio... e das duas, uma: ou há um triplo mortal encarpado, ou o trapezista cai na rede...
Nada melhor que música, e não palavras, para o comprovar (res, non verba, já diziam os antigos...). Seguem, abaixo, dez músicas, directamente retiradas do meu leque de preferências e sem nenhuma ordenação particular. A cada uma está associado um link:
- «Hunting High and Low»: A balada das baladas. Mas de arrepiar. Já agora, uma inconfidência: é umas das músicas que faz pele de galinha ao Luigi!
- «The Sun Always Shines on TV»: Um dos exemplos mais perfeitos do que é começar uma música com um pé e acabar noutro. Pelo meio, pode haver alguns tropeções, mas é como vos digo: os tipos arriscam! E num single, coisa que, lamentavelmente, cada vez se faz menos... Ah, e a parte dos manequins no vídeo? Um clássico dos 80s!
- «The Swing of Things»: Uma das preferidas e o melhor refrão de A-HA. E o baterista, c' o cacete... Lamentavelmente, não encontrei nenhum link da versão original, a que aqui disponibilizo não é a melhor.
- «I've Been Losing You»: Chegámos a tocar esta em La Plante Mutante, mas a coisa nunca correu muito bem... aliás, os próprios A-HA fazem versões da música ao vivo, diferentes do original... mas o facto de ser uma «música de estúdio» não lhes tira créditos (é favor ouvir a versão original e não a que aqui se disponibiliza, mais uma vez...)
- «Manhattan Skyline»: Outra retirada do leque de músicas com músicas diferentes dentro. Segundo se conta, a música nasceu, precisamente, do facto de o guitarrista ter uma parte feita e o teclista, a outra. E o puzzle fez-se... O vídeo é muito 80s... e muito bom.
- «Stay on These Roads»: Sim, eu sei... é daquelas que passam na Comercial, Na Renascença e até na Rádio Jumbo (cada vez que vou ao dito hipermercado, ouve-se o refrão épico). Mas é bonita (mais uma vez, a que aqui se apresenta é uma versão).
- «Minor Earth, Major Sky»: A primeira música do álbum que marca o fim do hiato de sete anos.
- «The Sun Never Shone That Day»: Do mesmo álbum que a anterior.
- «Celice»: Do álbum «Analogue». Só prestei atenção à música antes de ontem. Tem uma letra pateta, mas a música é gira.
- «The Bandstand»: A primeira música do último álbum. Isto, sim, é saber fazer synth-pop (ouviram, ó Killers?)
E tenho dito. Ah, e já agora, os La Plante Mutante vão acabar... daqui a uns anos. Mas, para o que der e vier, o melhor é virem já aos nossos concertos. Nunca se sabe se vão ser os últimos...
O Cheff
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