11.1.11

Os verdadeiros modernos...

Nos salmos de Elohin (13:42), há uma advertência que não deve passar despercebida a qualquer discípulo com um ponto de vista: «a linha do passado só nos é útil quando nos ajuda a destrinçar o presente».

As nossas actuações procuram sempre pôr essa máxima no palco (ainda que, por vezes, a suprema modernice atinja o nível do absurdo...). Ontem, percebi que existem outras bandas que também o conseguem fazer.

Os Duran Duran, como sabem os que acompanham de perto os LPM, foram o motor propulsor para que a banda começasse. Chegámos a tocar, ao vivo, quase metade do «Rio», que é, na opinião de alguns da banda (eu, Cheff, e Migas, por exemplo), o álbum dos 80s. Ora, foi este, curiosamente, o ponto de partida para Mark Ronson produzir o novo disco da banda: fazer uma espécie de follow-up do «Rio».

(Re-)Produzir um álbum com o som «à antiga» não é, propriamente, moderno (ainda que seja isso o que metade das bandas faz hoje em dia...). Porém, o que os DD fizeram foi pegar nessa ideia como ponto de partida (por vezes, com um humor bastante ácido - basta ouvir com atenção algumas letras) e tentar projectá-la para um presente. Daí que o título do álbum (e do single de apresentação) seja uma espécie de manifesto: «All you need is now».

Curiosamente (ou não), a mistura funciona: o disco soa, no devido sentido, a um conjunto de músicas que poderia ter procedido o «Rio», mas produzidas e arranjadas quase 30 anos depois (como é o caso). E se, ainda assim, a coisa possa soar demasiado retro, ao menos que se conceda aos DD a legitimidade em o fazer, como refere Mark Ronson:

«You need to go back and recapture your ground. You know, everybody else is there, why aren’t you? Everybody’s using the funky bass, the synths, the hi-hat, the sequencers. Go back and reclaim that»

O Cheff

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